segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Não venda sofrimento

Recentemente participei de uma tradicional feira de produtos artesanais em uma cidade da Serra Gaúcha. Lá tive contato com trabalhos lindos, maravilhosos, vindos de diversos locais do Brasil e do exterior. Técnicas diversas, no ar se respirava criatividade humana.

Eis que uma das artesãs que lá estava expondo e vendendo seu trabalho, e no momento do diálogo, confeccionava louca e maravilhosamente uma peça em frivoleté, ao ser questionada por uma empreendedora do Grupo do qual faço parte sobre quanto custava aquela peça que fazia, de pronto respondeu:

DEPENDE DO SOFRIMENTO!!!

Meu Deus... O que isso lhe parece? O que essa resposta, subliminarmente nos revela? Para mim fica claro: essa pessoa vende sofrimento. Então lhe pergunto: você compra sofrimento? Muito obrigada, mas não quero não... Por mais belo que seja um trabalho, o peso que ele carrega para quem o executou certamente vai junto para onde esse trabalho for. Qualquer negócio digno carrega no seu resultado a energia de quem o concretizou, mas se você tem em seu ofício artesanal uma fonte de renda, lhe peço: pense bem antes de atribuir sofrimento a ele. Não estou dizendo que trabalhar com manualidades é um mundo cor de rosa, onde existem unicórnios e sereias e que é só estrelinhas e musiquinhas fofas... Não é isso! Tem muita ralação, trabalho duro, comprometimento, estudo e estratégia. Mas se você colocar na ponta do lápis o sofrimento na hora de vender o que você produz, essa metodologia se perpetuará ao longo de sua carreira.



Venda coisas boas... Coisas lindas... O mundo está precisando disso. Não some com as notícias dos jornais. Acredite que existe um mundo melhor. Deixe o lado da rua que bate sombra, vá para o lado iluminado. Faça parte dessa mudança. E nós, que trabalhamos com produtos feitos artesanalmente temos a chance de concretizar coisas boas que temos dentro de nós. Cada pontinho é feito a mão, as combinações são pessoais, a maneira como materializo um produto vem inteiramente de meu coração. Por que vou escolher materializar sofrimento? Eu vou materializar amor, mensagens de carinho, a possibilidade de um sorriso, o empoderamento de pessoas que acreditam na força que o delicado tem. Esse é meu papel, uma vendedora de sonhos, de possibilidades, de beleza, de simplicidade. Me vejo quase que na obrigação de passar a diante através do meu trabalho o recado de que jamais nos esqueçamos de que somos humanos, e que isso é surpreendente, pois uma máquina pode até bordar bem parecido com o meu trabalho, com pontos perfeitos e bem simétricos, mas o que me diferencia de algorítimos e programações é justamente a chance que tenho de tocar a alma humana. Nesse dia 01º de outubro, onde comemoramos o Dia Internacional do Vendedor, lhe convido a passar pro lado de cá das vendas... O lado onde vender é uma consequência de um trabalho bem feito, onde você entrega às pessoas o que de fato elas querem e precisam. Pois acredito {mesmo} que a gente pode melhorar o mundo e vender... E vender e melhorar o mundo! Então lhe pergunto: o que você vende?

Se preferir, ouça esse post nesse link

quinta-feira, 5 de julho de 2018

05 de Julho de 2018 - 1 Ano da Firma e quero te dar um presente

Toda vez que me perguntam sobre como começou a empresa Um Pontinho - Bordados feitos a mão, gosto de falar que iniciou depois que tive o João, meu filho. Em outubro de 2018 ele fará 7 anos, e a maternidade me fez rever muitos dos meus conceitos. Quando grávidas, percebemos o quanto nossos instintos se aguçam e de forma visceral nos dominam. Os cheiros e gostos ficam mais intensos, a inteligência nada artificial nos faz mais atentas a qualquer ameaça a sobrevivência. Isso é natural, é natureza, é humano, é surpreendente {apesar de ser a coisa mais comum do mundo}. A maternidade me fez enxergar o fragilidade da vida e a necessidade de deixar uma marca no mundo nesse breve tempo que estarei por aqui. Já era tempo de fazer algo diferente. Ok... Isso era certo... Mas o quê exatamente?

Nessa inquietude crescente comecei a ler e consumir mais conteúdo na internet. A medida que encontrava textos e vídeos que faziam sentido ao meu momento, apareciam outros tantos que confirmavam que eu estava no rumo certo. Comecei a salvar imagens no Pinterest que me agradavam de alguma forma, passei a seguir perfis diferentes no Facebook, me inscrevi no canal de outros tantos no Youtube, sem falar de seminários, palestras e cursos que sempre estiveram em minha agenda. E assim, como um quebra-cabeças, as peças foram se encaixando e eu descobrindo minhas paixões e propósitos. Mas sem dúvida, conhecer o conceito de Economia Criativa foi o que me fez perceber que as respostas que eu estava procurando estavam dentro de mim e que unir negócios a manualidades poderia dar certo. E foi através do trabalho da Rafa Cappai que descobri um novo universo de possibilidades e comecei a devorar tudo o que tinha a ver com esse novo {pero no mucho} olhar sobre a economia. Ok... Isso era certo... Mas o quê exatamente eu ia fazer?

Entre salvar imagens, compartilhar na redes sociais e ler, ler, ler muito sobre tudo isso, comecei a redescobrir um amor antigo, que vinha da infância: o amor pelo bordado. Em seguida comecei a fuçar nas minhas coisas e fotografar o que eu havia bordado. E olha, que eram coisa bem bacanas. A medida que compartilhava fotos, recebia comentários e elogios que reforçavam uma ideiazinha que começava a brotar na minha cabeça e no meu coração. E assim, aos poucos, eu {re}descobri como trazer esse amor ao protagonismo da minha vida. Bordado, seu lindo, veio para ficar.

Mas veja bem, falei que essas coisas começaram a acontecer quando meu filho nasceu... E ele já vai fazer 7 anos. Como é que a firma está fazendo 1 ano hoje então?

Pois é... Gosto de falar que Empreendedorismo e Maternidade não são só glamour.

Da necessidade de fazer algo a formalização de uma empresa, se passaram quase 6 anos. Os 3 primeiros anos de um bebê são maternais. Eu me dediquei muito ao João, o amamentei até 2 anos e 11 meses. Apesar de sentir essa vontade louca de ser produtiva e revolucionar o mundo, minha prioridade era total a de atender meu filho. Quando ele finalmente foi para a escola, que consegui sacudir a poeira e comecei a organizar as ideias.

Empreender é construção. Não só da empresa, mas uma construção da gente também. Exige coragem e mudanças. E mudar dói. Eu trabalhava com o Dario há mais de 10 anos e enxergava {e ainda enxergo} o enorme valor do trabalho dele. Queria, mas também não queria, deixar de fazer o que fazia. Queria voar, sem tirar os pés do chão. Tinha muitas certezas, mas muitas dúvidas também. Mas a medida que o tempo passava, meu projeto com o bordado ia tomando corpo, ia tomando o meu tempo, mais do que isso, ia enchendo o meu coração.

Voltando um pouco na história, logo na sequência que descobri os conceitos da Economia Criativa, fiquei sabendo que a Microempa estava promovendo o I Fórum da Economia Criativa em Caxias do Sul. Todo o conteúdo que eu até então tinha consumido era de fora do país ou de São Paulo, e a Microempa já estava promovendo um Fórum? OMG... Que gente acelerada. Me inscrevi correndo, arrastei o Dario e convidei a Renata. Gentem... Nunca mais saímos da Microempa.



Desde então passamos a frequentar assiduamente a entidade empresarial. Ali encontramos terreno fértil para boas ideias e parcerias. Gente a fim de dar certo, a fim de construir. Gente que constrói, que se compromete. E isso foi determinante para que hoje eu comemore 1 ano de abertura do CNPJ de minha empresa. Foi através do Grupo Setorial Teia - Rede de Trabalho Artesanal e convivendo com uma rede séria de empresários, que consegui alinhar meu propósito com o que eu tenho que fazer. Consegui me fortalecer e fortalecer outras tantas pessoas para que não desistam de seus sonhos.

Tenho certeza de que já cresci muito nessa caminhada, da mesma forma que enxergo que tenho muuuuuuito ainda a fazer.

Mas o fato é de que me encho de gratidão e desejo compartilhar com aqueles que me encorajam a continuar, as coisas boas que o bordado pode nos proporcionar. Desde autoconhecimento até uma nova fonte renda, as possibilidades são infinitas e os recursos são infindáveis.

Assim, para comemorar esse primeiro ano {oficial} da "firma", vou começar a disponibilizar riscos de bordado para download, para que assim, mais gente borde e seja feliz.

O primeiro risco será o do primeiro bordado meu que postei no Instagram: 



É um risco simples, mas acredito que tudo é construção. Minha ideia é enviar 1 novo risco a cada 15 dias... Iniciando pelos riscos dos primeiros bordados que postei em minhas redes sociais.

Para fazer o download do risco, solicite pelo e-mail cate@catelinipadilha.com.br.

Obrigada por me acompanhar e vamos bordar!!! Tenho certeza de que comemoraremos muitos outros anos de vida e de vendas. 💓 

sábado, 27 de janeiro de 2018

Vai pro Rodeio de Vacaria? Tenho um recado pra ti.

Então tu vais pra Vacaria, hein? É a primeira vez? Então te prepara, por que teu conceito de rodeio certamente será atualizado. Você vai ficar mais exigente e já não achará muita graça nos rodeios menores que participar. {Sinto muito, mas é verdade}.

Ah... Não é a primeira vez! Então eu sei, que bem aí no fundo do teu coração, guarda uma lembrancinha {ou muitas lembranças} de cada ano que já participou. Foram beijos ou abraços, encontros ou desencontros, choro ou muitas risadas, uma canção ou uma dança, um show ou um cachorro-quente, momentos compartilhados com gente que alguma coisa tem em comum contigo. É prenda? Tenho certeza de que lembra de todos os vestidos que já usou em Vacaria!!!

Vai dançar? Então prepare teu coração. Por que aquele palco mágico simboliza para quem dança muito mais do que um troféu. São horas da sua vida, são sacrifícios pessoais, que você entrega em 20 minutos de alta energia. E quando a gaita chora e você sente essa vibração, nada mais importa além de viver aquele momento.

Não tem como explicar, só sentindo para saber. Não crie expectativas {embora isso seja bem difícil}.



Mas antes de te dar o meu recado, quero te contar uma história.

Na década de 70, um jovem casal saiu do interior de Vacaria, com seus 10 filhos, rumo a Caxias do Sul. A decisão se baseou em boas conversas com familiares que já na cidade grande, enxergavam melhores oportunidades para seus filhos.E assim, para essa família, na década de 70, Vacaria não simbolizava mais oportunidades.

Na mesma época, um grupo de pessoas acreditava em um projeto que havia sido criado nos anos 50. Na mesma Vacaria da família que abandonara o campo rumo a outra cidade, o rodeio que nasceu intermunicipal passou a ser internacional. E assim, para esse grupo de pessoas, na década de 70, Vacaria simbolizava muitas oportunidades.

Sim, Caxias do Sul trouxe muitos desafios e prosperidade para essa família. Os filhos cresceram, os netos vieram, e o trabalho nunca faltou para que tivessem uma vida digna.

Sim, o evento intermunicipal se fortaleceu como internacional, e hoje, em 2018, atrai para Vacaria milhares de pessoas que amam as tradições gaúchas, vindas dos mais diferentes destinos do mundo. Essa Vacaria, oportuniza e fomenta emoções, sentimentos, negócios, cultura, valor, dinheiro, chances, paixões, prêmios, beijos, abraços, encontros, desencontros, choro, muitas risadas, canções,  danças, shows, cachorros-quente e muito mais. Mais do que isso, movimenta gente, que larga tudo para curtir essa Vacaria.

Meu recado para ti, então é: viva intensamente o Rodeio de Vacaria. Sinta sua energia. Compartilhe sua vida com pessoas, que assim como você, esperam 2 anos para curtir cada minutinho dessas 2 semanas, e perceba como privilegiados somos. Nossas tradições são capazes de movimentar corações dos quatro cantos do mundo para se juntarem em uma pequena cidade do interior de nosso Rio Grande. E pense um pouquinho? Qual Vacaria você enxerga? A Vacaria que deve ser celebrada ou aquela que deve ser abandonada? (E leve umas botas, por que sempre tem pelo menos um dia que chove no Rodeio de Vacaria. 💓)

 

  • Dedico esse post a João Inácio Antunes Padilha, vô querido, a quem devo a honra de ser gaúcha, e que deixou seu amado Refugiado em busca de oportunidades em Caxias do Sul, na década de 70. Deixa seu legado além de sua existência e seu amor por Vacaria perpetua em nós em celebração em cada nova edição do Rodeio Internacional de Vacaria.

 

Se preferir, escute o post  Vai pro Rodeio de Vacaria? Tenho um recado pra ti.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Dia de Reis e a tradição continua

Amanhã, dia 06 de janeiro, comemora-se o Dia de Reis.

No alvoroço do fim de ano, entre compras de presentes, comilanças de ceias, selfies na praia e bebelanças exageradas, os verdadeiros motivos pelos quais se comemora o Natal acabam muitas vezes se perdendo. Imagine só, uma tradição tão singela como os Ternos de Reis.

Em um tempo antigo, onde a simplicidade do meio rural era a regra e não a exceção, o dia 06 de janeiro findava o Ciclo Natalino. Entre cantigas poéticas e música característica, criava-se a expectativa desejada da visita de uns "cantadô", que traziam a simbologia da bênção para o início de um ano novo.

Segundo obra de Paixão Côrtes, sobre a qual falei no post Dia de Reis, é dia de presentear, o dia de troca de presentes nas comemorações natalinas nos primórdios da vida social no Rio Grande do Sul, era no Dia de Reis {o que faz mais sentido - na minha opinião - uma vez que remete a simbologia de quem levou ao Menino Jesus mirra, ouro e incenso}.

Trazendo novamente essas referências, nunca esquecendo minhas origens rurais {das quais me orgulho muito <3}, achei uma maneira de, assim como no ano passado, passar a diante essa tradição {mesmo que de forma virtual}. Desejo retribuir com um presente as pessoas que acompanham meu trabalho com os pontinhos. E vou fazer isso através de um SORTEIO... Ueba!!!

Quer ganhar esse camafeu da foto? Participa do sorteio!!!

 


Para participar do sorteio, você deve:

  1. Curtir a página Um Pontinho no Facebook: clique aqui.
  2. Compartilhar em modo público a foto oficial do sorteio no Facebook: clique aqui.
  3. Enviar mensagem para o WhatsApp (54) 991178240 com seu nome completo e cidade com a mensagem EU QUERO O CAMAFEU CATE (ou para o email cate@umpontinho.com.br com seu nome completo / cidade / telefone de contato)
  4. Cruzar os dedos e torcer

ATENÇÃO: CADA PARTICIPANTE, APÓS FAZER AS ETAPAS ACIMA, RECEBERÁ UM NÚMERO PARA A PARTICIPAÇÃO NO SORTEIO.

CHANCE EM DOBRO PARA JÁ CLIENTES UM PONTINHO {SEGUIDAS AS REGRAS, RECEBE 2 NÚMEROS <3 }. 

O sorteio será realizado no dia 24/01/2018, na Oficina  de Bordado na Microempa e divulgado na Página do Facebook. Serão válidas participações até as 12h do dia 24/01.

E mais uma vez me despeço com gratidão pelo ano de 2017, que se findou com tantos desafios e oportunidades. Gratidão a cada um que acompanha meu trabalho e me encoraja para sempre continuar. Que todos tenhamos um 2018 cheio de boas energias, com as bênçãos do criador. Que possamos conquistar o mundo, sem nunca esquecermos de onde viemos.

"Eu festejo o Ano Novo

Com muita simplicidade

Deus do céu lhe dê saúde

E muita felicidade"

Se preferir, ouça esse post aqui